(in)compatibilidades em navegadores de internet

07/06/2010 17:39

Outro dia explicando questões de acessibilidade em navegadores de web, os meus alunos perceberam que o Opera foi um dos navegadores que melhor se saiu no quesito “webstandards” e o Safari um dos que tiveram nota mais baixa que o Internet Explorer. Esse fato foi apenas a ponta do iceberg.

Quando usei o serviço typekit.com, que permite incluir fontes em seu site de forma relativamente fácil, e “dentro da lei” percebí que esse serviço só funciona em navegadores recentes, i.e. na última versão (mesmo) do Firefox ou no Internet Explorer mais atualizada (versão 8 ou a última correção da versão 7).

Como já havia comentado anteriormente aqui no Profissionais de Tecnologia , a indústria do software atualmente trabalha ou projeta focando a última versão dos softwares, em diante. Isso, ao meu ver apenas é o outro lado de um mesmo problema: considerar apenas o futuro significa ter problemas com o passado, no presente.
O status quo que defendo é que a indústria de software deveria considerar o passado recente e futuro próximo. O próprio TypeKit faz isso ao oferecer código suportado por navegadores antigos.

No caso da internet, não faz muito sentido ter código online que só funcione nos navegadores Mozilla-compatíveis ou no  Internet Explorer, a não ser que o objetivo seja muito claro: faz todo o sentido para a Microsoft, que vive (d)o paradigma do software pago, (software enquanto produto), oferecer tecnologia que só funcione no seu navegador, o Internet Explorer.
Mesmo assim, ela se rendeu a verdade dos fatos ao aproximar seu navegador dos padrões definidos pelo W3C e suportados pelo Firefox ou Google Chrome, p.ex.

Apenas não acredito que sites que só funcionem em um tipo de navegador tenham futuro. Os sites Gomockingbird (de wireframes online) e o Typekit ainda padecem deste mal: só exibem conteúdo (typekit) ou funcionam (gomockingbird) nos “navegadores recentes”, quando deveriam poder exibir conteúdo (ainda que demonstrativo) em forma de imagens para navegadores não-compatíveis ou oferecer serviço/código para ambos navegadores até determinada data: muitos sites como o YouTube ou Orkut anunciam que a compatibiliade deles com navegadores antigos tem prazo de validade – o que é uma política simpática: avisar antes de deixar o internauta sem poder navegar naquele espaço ou algo equivalente.

O fato é que o mercado demora (ainda) cerca de um ano entre o lançamento de um novo navegador de internet e o “abandono” da versão anterior, que em alguns casos pode se estender por um período longo: cybercafés que  trabalham cm Windows XP podem ficar com o Internet Explorer 6 até o dia em que troquem de hardware e software pré-instalado, migrando para o Internet Explorer mais atualizado. Cito com exemplo que até poucos anos atrás ainda encontrava no RJ acesso a internet com Windows 98 (!).

Ainda assim ambientes com hardware e software não-padronizados (residências, escolas, acesso público) irão padecer de exibir o site num computador e noutro, ao lado, não.

Nesse sentido desenvolver sites ou demonstrações em tecnologia amplamente suportada (flash, Java) pode ser a solução mais elegante para um mercado que consome novidades, mas onde cada nicho tem seu consumo à seu próprio tempo e maneira.

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